domingo, janeiro 14, 2007

Neuroses


Todos os dias são uma oportunidade para fazer diferente o que fazemos sempre igual (com medo de "ser original" e não encontrar "nada de novo debaixo do sol"). Pois, embora nunca saiba se é melhor "fugir" ou "morder o anzol" - saber sei mas o dilema está sempre presente -, hoje mordi o anzol e... correu bem. Não há nada de novo, já está tudo inventado, mas as coisas podem ser transformadas. E tudo se pode transformar, se não teimarmos em seguir os "caminhos sem saída". Ora, se não há fuga possível nos caminhos escolhidos para fugir, deveria ser proibido fugir!

Se ainda assim quiser fugir, ao menos, tenho de ser inteligente e procurar um caminho melhor! Mas é o paradoxo dos nossos mecanismos de defesa. Por vezes defendem-nos tão bem (mal) que nos ajudam a reproduzir sempre o mesmo padrão para esconder aquilo que, no fundo de nós, está a incomodar. Só que a repetição desse caminho leva-nos sempre à mesma saída e a confirmar o que mais temíamos antes de o escolher, ou seja, a justificar a existência dessas mesmas defesas. E o incómodo continua lá (meio) adormecido à espera do beijo que quebre o encanto. A incomodar.

Ouvi de um professor, citando outro colega, que a neurose é estúpida. E voilá! Confirma-se, porque os mecanismos de defesa defendem-nos muito mal! Conclusão? Não há crime perfeito! Nem alibis que nos valham!

Ájoelhô, vai tê qui rezá!