quinta-feira, dezembro 28, 2006

Escrever amor

(...)

Existe um rio,
a sina de quem nasce fraco ou forte,
o risco, a raiva e a luta de quem cai ou que resiste,
que vence ou adormece antes da morte

No teu poema
existe o grito e o eco da metralha,
a dor que sei de cor mas não recito
e os sonhos inquietos de quem falha

(...)

No teu poema
existe a esperança acesa atrás do muro,
existe tudo o mais que ainda me escapa
e um verso em branco à espera de futuro....


o risco, a raiva, a luta.... queres vencer ou adormecer? no teu poema, existe a dor que sei de cor, mas, no teu poema, existe a esperança acesa atrás do muro e tudo o mais que ainda me escapa... um verso em branco à espera de futuro... ainda sabes escrever amor?

No teu poema
existe a dor calada lá no fundo,
o passo da coragem em casa escura,
e, aberta, uma varanda para o mundo...

No teu e no meu...

Existe um rio
o canto em vozes juntas, vozes certas
Canção de uma só letra e um só destino
a embarcar no cais da nova nau das descobertas

Não é fácil embarcar, mas assim se escreve amor...