Desprezo
Há coisas que prezamos e coisas que não. E há coisas que desprezamos. Desprezar deve ser... prezar com desdém. Porque quem está contaminado por experiências pouco aprazíveis e não consegue prezar, tem de prezar de forma pervertida. Investe o objecto pela negativa e preza com toda a sua panóplia de raivas e ódios. Preza, assim, com desdém. E diz o povo que quem desdenha...Por outro lado, quem não consegue prezar, não consegue guardar. Donde quem transborda de frustração na vida e não consegue guardar mais, tem de atirar para as costas dos outros - ou mesmo à cara - tudo aquilo de mau que já não tem lugar dentro de si e o envenena. E chega-nos em forma de desprezo. É como se nos dissesse: "Eu prezo-te, mas com todo o meu ódio, porque o tenho de sobra dentro de mim. Escolhi-te como objecto. Do meu ódio, porque não consigo amar."
Prezo-te. Prezo-me. O meu prezo por mim não me permite assumir o teu desprezo como parte de mim. É teu.
3 Comments:
Apesar (ou por isso mesmo) do auto--desprezo, prezo muito ler-te.
Arriba!
este desprezo não é meu. felizmente, tenho a capacidade de prezar. prezo escrever-me e tb prezo ler-te ;) Preza-te tb!
Prezo muito o teu blog...até tomei a liberdade de incluir uma citação tua num dos meus posts.
Um abraço e continua o bom trabalho.
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