Carta ao Pai Natal
Querido Pai Natal,Este ano, no sapatinho, quero inspiração. Podia comprar um bocadinho de ar e levá-lo sempre comigo. Para todo o lado e em todo o lado, uma lufada de ar fresco, ou um arzinho quente, uma aragem suave ou uma rajada que derrubasse todos os obstáculos. Ar de coisas boas, vento de boas novas. Ar para lhe soprar ao ouvido, e para nos dar arrepios de vida nos sustos de morte... Expiro-me. E depois inspiro-me. É uma troca justa e não pesa no trenó.
Tb quero criar raízes. Plantar uma árvore, regá-la e ajudá-la a crescer. Acredito que seja a árvore mais difícil de erguer, aquela que não tem passado para me falar do futuro. Traz-me as sementes da força, que dêm as flores que eu possa oferecer de mim e os frutos que possa saborear.
Já que vens de tão longe, deixa-me no sapatinho um bocadinho de água, para a sede de viver. Vou mergulhar nessa água e vou regar a minha árvore... vou assoprar desde aqui as folhas que crescerem e a agua do meu mar... Vou ver folhas a voar e as ondas crescerem...
Traz-me também o sol e vou fazer a minha praia.
E no próximo Natal, só tens que trazer a toalha. Ou não. Vamos rebolar-nos na areia - se calhar, à chuva - e rirmo-nos até mais não. Os pais têm de ter tempo para brincar, senão é batota. E, se fores de verdade, eu sei que não vais fazer batota. Pois não?
Então, até já!
Phil
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P.S. Eu sei que tu já não existes, só existias quando eu era pequena. Mas eu não cresci assim tanto. Tb sei que os príncipes encantados só existem na adolescência. Mas eu tb não cresci assim tanto. Por que deixam o Pai Natal e os Príncipes de existir se continua a haver Lobos Maus?
2 Comments:
Delicioso...
És maravilhosa.
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